"O pico da onda Ômicron acontece cerca de 45 dias após o início das infecções. Então temos que nos preparar para os próximos 30 dias, quando teremos o maior número de casos e, consequentemente, uma maior pressão sobre o sistema de saúde", afirmou Queiroga, em conversa com jornalistas, nesta segunda-feira (24).
Pensando nisso, o Ministério da Saúde prorrogou, por mais 30 dias, a ajuda de custo dada a estados e municípios para a manutenção de 14.254 mil leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva). Ainda assim, Queiroga observou a necessidade de investir nas vagas para atender casos menos graves. Segundo o ministro, o perfil do paciente Ômicron demanda mais de leitos clínicos, e, por isso, o objetivo é "fortalecer o atendimento da atenção primária."
Além de continuar apoiando a abertura de leitos de enfermaria e de UTI, Queiroga frisou que a estratégia para minimizar a pressão no SUS consiste em intensificar a testagem e a vacinação. O ministro citou os esforços sobretudo no Norte do país. "A região mais vulnerável é a Norte. O objetivo é ampliar a cobertura vacinal com a segunda dose da vacina e a dose de reforço, sobretudo no público mais vulnerável", disse, completando que a pasta acompanha e os estados da região.
Para intensificar a testagem, o Ministério da Saúde planeja distribuir, até março, 80 milhões de testes rápidos de antígenos para detectar a doença. A liberação do autotestes continua sendo uma estratégia defendida pela pasta a fim de acelerar e ampliar os diagnósticos. A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) adiou a decisão que poderia liberar a comercialização e uso dos autotestes no país e aguarda informações do Ministério da Saúde para decidir sobre o tema.
"Essas informações estão sendo discutidas com a área técnica e o objetivo é concluir o mais rápido possível para que a população brasileira que desejar adquirir testes em farmácia o faça. (Serve) Para ampliarmos a capacidade de testagem e termos um acompanhamento melhor do cenário epidemiológico", destacou Queiroga.
Mesmo ainda sem a estratégia e com instabilidades no sistema de inserção de dados, o número de novos casos de Covid-19 aumentou drásticamente nas últimas semanas. De acordo com levantamento do Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde), a média móvel de 7 dias de casos da doença está em 149.085, o que representa o sexto recorde consecutivo e um aumento de 311% em comparação com a média de duas semanas atrás. A alta ocorre desde o dia 2 de janeiro.
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