23/05/2020

Vídeo comprova que, para Bolsonaro, governar é guerrearsábado, 23 de maio de 2020 – 8:15 hs. Deixe um

Dora Kramer, VEJA

Se o vídeo da reunião de 22 de abril, divulgado nesta sexta-feira, 22, é prova suficiente para a abertura de processo criminal de responsabilidade contra o presidente da República, caberá ao procurador-geral da República, Augusto Aras, definir na apresentação, ou não de denúncia ao Supremo Tribunal Federal.

O que foi visto ali, no entanto, é o bastante para se concluir que para Jair Bolsonaro governar significa guerrear. A gravação registra sua disposição de “interferir mesmo” quando ações desagradem a ele, à família e aos amigos. O louvor à guerra fica patente do ponto de vista político, mas também no sentido literal. A agressividade vai muito além da linguagem chula.

Pudemos assistir a um presidente conduzindo uma reunião ministerial com sangue nos olhos, explicitamente temeroso de não concluir o mandato, exortando o povo brasileiro a “se armar” a fim de enfrentar aos que, sem nominar, acusa de pretenderem implantar uma “ditadura” no país. Na expressão de Bolsonaro, “eles” contra os quais convocou seus ministros a lutar. “Quem for elogiado pela Folha, pelo Globo, pelo Antagonista, está fora”, disse, numa evidência de que não importa a qualidade do trabalho do auxiliar, mas sua disposição de servi-lo de maneira cega.

Embora não tenha citado nomes, fez referências claras ao Congresso e ao Judiciário. No primeiro caso quando falou sobre “esse pessoal aqui do lado” (da Praça dos Três Poderes) de maneira depreciativa e, no segundo, ao dizer que falaria “na linha do Weintraub” logo após o ministro da Educação ter dito que se dependesse dele, “mandava pôr esses vagabundos todos na cadeia, a começar STF”.

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