23/07/2019

Governo refém dos caminhoneiros

Vera Magalhães, Estadão O governo Jair Bolsonaro segue refém dos caminhoneiros. Mesmo um dos mais preparados ministros da administração, Tarcísio Gomes de Freitas (Infra-Estrutura), adota a cautela ditada pela dependência política do bolsonarismo com o movimento dos caminhoneiros ao sustar, em caráter cautelar, a tabela do frete –aliás, ela própria uma exigência dos motoristas, que agora estão insatisfeitos com o valor mínimo estabelecido–, passando por cima da ANTT. Ao apoiar a desde sempre chantagista greve dos caminhoneiros de 2018 mirando dividendos eleitorais imediatos, o bolsonarismo comprou para si uma relação parasitária da qual dificilmente se livrará. Um presidente que fala grosso com praticamente todos os trabalhadores, amacia para os motoristas de caminhões a cada vez que eles ameaçam de novo paralisar o País. O céu é o limite para o que uma categoria pode exigir com instrumentos de pressão dessa natureza e um governo tão disposto a ceder a toda forma de pressão.

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