31/05/2019

O Censo Demográfico

Editorial, Estadão Mais um problema administrativo eclodiu no governo do presidente Jair Bolsonaro. Desta vez foi no Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e envolve uma acirrada discussão sobre o número de perguntas que comporão o questionário do Censo Demográfico de 2020 que será aplicado a 10% dos domicílios do País. Num teste feito em abril, o corpo técnico do órgão propôs 112 questões. A Diretoria de Pesquisa, contudo, definiu que ele terá 76 perguntas. A redução do número de perguntas foi proposta no início do ano pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, com o objetivo de reduzir os custos do levantamento e obrigar o IBGE a se adequar às restrições orçamentárias impostas a quase todos os setores da administração pública, em face da escassez de recursos. O Censo foi orçado em R$ 3,4 bilhões, mas Guedes informou que o governo federal só concederia R$ 2,3 bilhões. Tanto o corte de recursos como a proposta de redução do número de questões foram mal recebidos pelo corpo técnico do IBGE, o que levou à demissão dos diretores de Pesquisas e de Informática. Meses depois, incumbido pela presidente do órgão, Susana Cordeiro Guerra, de encolher o questionário, o economista Ricardo Paes de Barros propôs uma versão com 84 perguntas. Por seu lado, membros do corpo técnico do IBGE também passaram a discutir quais as perguntas que devem ser mantidas, quais devem ser reformuladas e quais podem ser deixadas de lado. Apresentaram duas minutas de questionário, uma com 96 questões e outra com 84, e afirmaram que qualquer corte adicional colocaria em risco a qualidade e a eficácia da pesquisa, comprometendo o “sistema estatístico nacional”.

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