Sigilo da fonte no jornalismo sofre nova agressão e parece estar com os dias contados

Recentemente o Supremo Tribunal Federal (STF) ignorou a questão do “sigilo da fonte” com relação ao jornalista Allan dos Santos.  Uma afronta que mereceu o mais absoluto silêncio da velha mídia.  Agora, seguindo o péssimo exemplo da Suprema Corte, parece que qualquer autoridade pode se arvorar a quebrar essa garantia constitucional.

Pelo menos é o que acaba de acontecer em Mato Grosso do Sul.  Uma jornalista - Geisy Garnes - foi intimada pela Polícia Civil do estado, depois de publicar reportagem sobre uma discussão entre o diretor-geral do órgão, Adriano Garcia Geraldo, e a delegada Daniella Kades de Oliveira.

A delegada é integrante da força-tarefa responsável pelas investigações contra grupo de extermínio suspeito de atuar no estado.  Em áudio divulgado por um site local – Campo Grande News - no dia 4 de novembro, Daniella Kades se nega a revelar para o diretor-geral, detalhes sobre a investigação da força tarefa, sob a alegação de que “não confiava na polícia”.

A polícia agora quer saber como a jornalista Geisy Garnes obteve acesso à gravação e vai tentar arrancar na marra a informação.