31/10/2021

Bolsonaro insiste no crime (por Mary Zaidan)

Na mesma quinta-feira em que o TSE costurou uma delicada – e polêmica – saída política para não cassar a chapa Bolsonaro-Mourão e fixar princípios para impedir que os crimes digitais cometidos por eles na campanha de 2018 não se repitam em 2022, o presidente deixou claro que mandará às favas qualquer regra. Como um garoto levado, burlou a suspensão de seu perfil no YouTube e transmitiu sua live semanal na conta do filho Carlos e no canal Pingo nos Is, vinculado à Jovem Pan. Mesmo excluída mais tarde, a molecagem permitiu que a transmissão ficasse no ar por várias horas, fosse copiada e replicada por seguidores.
A suspensão de Bolsonaro das redes depois da infâmia de associar a vacina da Covid-19 à aids foi definida pelo próprio YouTube, copiando a ação do Facebook e do Instagram, e não pela Justiça. Mas a atitude do presidente demonstra a dificuldade que a Corte eleitoral terá para punir a utilização desses canais para espalhar informações falsas.
Ainda que o cerco às fake news, no STF e no TSE, tenha inibido um pouco a turma bolsonarista, o presidente e seu clã não têm plano B para substituir os disparos em massa, os robôs e os CPFs falsos que turbinaram a campanha de 2018 e continuaram a todo vapor durante o governo. Com farta distribuição de mentiras.

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