Jornalista algum quer se embolar nos portões do Palácio da Alvorada
Mary Zaidan
Em mais um gesto dirigido a seus fiéis, o presidente Jair Bolsonaro soltou a máxima da semana – e olha que os dias já estavam recheados delas. “Enquanto não começar a divulgar a verdade, não vamos mais falar com a imprensa.” Associado às mentiras que desfiou durante a live da quinta-feira, dia 5, o plural majestático da “ameaça” pôs maior ênfase no já sabido: Bolsonaro escolheu não discernir entre obrigação e devoção, dever e prazer. Por conveniência, má-fé ou ambos.
Jornalista algum quer se embolar nos portões do Palácio da Alvorada para ouvir as estultices do presidente sob os aplausos da claque. Fazem isso não por gosto (cada vez mais a contragosto), mas por obrigação profissional. Algo que o chefe da nação insiste em demostrar que não respeita e, mais grave, não tem.
É difícil imaginar investidores apostando em um país cujo presidente joga para um palhaço imitador a resposta sobre o PIB de 2019, muito aquém do esperado. Que patrocina o uso de veículo oficial da Presidência para um humorista fazer chacota com jornalistas.
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