Norma Couri
Paixão insaciável, o melhor ofício do mundo, segundo Gabriel García Márquez, no Brasil o jornalismo foi demolido nos poucos meses em que se tornou alvo preferencial do governo. Aprendemos a respeitar um jornalismo que já derrubou um presidente americano com o bloquinho de papel e a caneta de dois repórteres do Washington Post, no caso Watergate, em 1974. Aqui, o desmonte é orquestrado: primeiro, tira-se o diploma; agora, cassa-se o registro dos jornalistas. Sem substituto, a democracia balança no ar. Alberto Dines foi o primeiro ombudsman brasileiro ao inaugurar, nesta Folha, em julho de 1975, a coluna “Jornal dos Jornais”, que durou 114 edições, até setembro de 1977. Foi o primeiro a denunciar as ameaças que levaram Vladimir Herzog à morte sob tortura no DOI-Codi, e a perseguição a Zuzu Angel, que buscava o corpo do filho Stuart , morto em 1971 no Centro de Informações da Aeronáutica, no Galeão. A imprensa? Censurada.
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